Ao desejo de dias melhores no futuro para todos nós.
Minha
filhinha, eu vou te contar uma história... Era uma vez uma princesa, ela
nascera há alguns
anos. Tinha tudo pra ser uma criança qualquer, não fosse o fato de que ela
viria se tornar uma mulher extremamente peculiar. Isso mesmo, peculiar. Você
deve estar se perguntando qual a razão deste adjetivo... Pois bem, porque sem
receio de errar, até o presente momento, ela é uma mulher que provou não vir ao mundo para ser mais uma... Veio para ser "ELA"!
A primeira vez que vi esta jovem foi algumas décadas atrás, quando
estudamos na mesma escola. Na época não nos tornamos amigos, no máximo conhecidos de escola e como eu me arrependo de não ter me aproximado dela! Eu mudei de escola, e algum tempo
depois reencontramo-nos, agora já adolescentes. Continuamos sem nenhuma proximidade.
Então algum tempo depois eu ainda não tinha contato algum com ela, mas eu sabia
que havia se transformado em uma linda mulher. Por birra do destino estivemos nos mesmos lugares por vezes até começarmos a nos falar, voltamos a
nos ver e desde então... Bem, acho que naquele momento, a condição de "apenas
conhecidos" havia se dissipado. A partir de então, já não consigo
classificar o que somos. Nós somos amigos mas eu sei que esta é uma classificação
paupérrima, afinal o sentimento que cabe em momentos tão desencontrados é enorme.
Mas aonde o senhor quer chegar papai? Esta história não faz sentido
algum. Disse a filha confusa ao seu pai. E o pai respondeu: Meu amor, eu sei
que você é uma criança inteligente, é a melhor amiga que o papai poderia ter, é
a rainha do meu coração. Essa princesa da história é um antigo amor do papai
que nunca pode ser vivido. Eu amava muito sua mãe, por isso você nasceu, mas
mamãe e papai não eram mais felizes juntos... E o papai reencontrou a princesa
da história e ela quer te conhecer.
Depois de alguma
negociação entre filha e pai, o jantar aconteceu e mais uma família se
reinventou.
...
Família tem sido um tema recorrente nos meus últimos textos. Cada vez
que penso nas infinitas possibilidades que nossa sociedade atual pode nos
apresentar ao conceito de família fascino-me ainda mais. Que bom que os tempos
mudaram! Viva o novo e suas possibilidades! Hoje em dia o conceito de família
reforça ainda mais o que eu sempre soube... O que realmente importa entre os
que dividem o mesmo teto é o amor.
Um amor livre de
hipocrisias, de preconceitos, um amor mais puro. Na situação hipotética do ‘conto
moderno’ acima, é a demonstração de mais uma das infinitas possibilidades que a
família tem hoje em dia. Infelizmente ainda existem dinossauros em nossa
sociedade que se mostram verdadeiros paladinos da moral e dos bons costumes.
Mas meus queridos, o que é moral hoje em dia? O que é moralmente aceitável em
dias de nudez explicita, de criminosos eleitos pelo povo, de corrupção como
sinônimo de esperteza? Pois bem, meio as minhas divagações sobre felicidade e
temas afins só posso concluir que o único norte que ainda nos salva e purifica
é o amor. O Amor aos ideais, amor aos humanos. É disso que precisamos. Vivemos
em um tempo onde é tão fácil chamar alguém de idiota, dizer que odeia, e tão
difícil abrir o coração para dizer ‘eu te amo’ e se entregar a uma
possibilidade de amor.
Tempo estranho este que
vivemos... Mas essa prosinha já falou de muitos temas sem nenhuma profundidade.
Então coloco a viola no saco e vou divagar em outro lugar. Mas peço aos meus
solitários leitores que frutifiquem a semente desses pensamentos tão diversos.
E desejo um bom amanhã a nós viventes!