terça-feira, 20 de novembro de 2012

Contos Modernos



Ao desejo de dias melhores no futuro para todos nós.

         Minha filhinha, eu vou te contar uma história... Era uma vez uma princesa, ela nascera há alguns anos. Tinha tudo pra ser uma criança qualquer, não fosse o fato de que ela viria se tornar uma mulher extremamente peculiar. Isso mesmo, peculiar. Você deve estar se perguntando qual a razão deste adjetivo... Pois bem, porque sem receio de errar, até o presente momento, ela é uma mulher que provou não vir ao mundo para ser mais uma... Veio para ser "ELA"!
A primeira vez que vi esta jovem foi algumas décadas atrás, quando estudamos na mesma escola. Na época não nos tornamos amigos, no máximo conhecidos de escola e como eu me arrependo de não ter me aproximado dela! Eu mudei de escola, e algum tempo depois reencontramo-nos, agora já adolescentes. Continuamos sem nenhuma proximidade. Então algum tempo depois eu ainda não tinha contato algum com ela, mas eu sabia que havia se transformado em uma linda mulher. Por birra do destino estivemos nos mesmos lugares por vezes até começarmos a nos falar, voltamos a nos ver e desde então... Bem, acho que naquele momento, a condição de "apenas conhecidos" havia se dissipado. A partir de então, já não consigo classificar o que somos. Nós somos amigos mas eu sei que esta é uma classificação paupérrima, afinal o sentimento que cabe em momentos tão desencontrados é enorme.
Mas aonde o senhor quer chegar papai? Esta história não faz sentido algum. Disse a filha confusa ao seu pai. E o pai respondeu: Meu amor, eu sei que você é uma criança inteligente, é a melhor amiga que o papai poderia ter, é a rainha do meu coração. Essa princesa da história é um antigo amor do papai que nunca pode ser vivido. Eu amava muito sua mãe, por isso você nasceu, mas mamãe e papai não eram mais felizes juntos... E o papai reencontrou a princesa da história e ela quer te conhecer.
          Depois de alguma negociação entre filha e pai, o jantar aconteceu e mais uma família se reinventou.

...

         Família tem sido um tema recorrente nos meus últimos textos. Cada vez que penso nas infinitas possibilidades que nossa sociedade atual pode nos apresentar ao conceito de família fascino-me ainda mais. Que bom que os tempos mudaram! Viva o novo e suas possibilidades! Hoje em dia o conceito de família reforça ainda mais o que eu sempre soube... O que realmente importa entre os que dividem o mesmo teto é o amor.
         Um amor livre de hipocrisias, de preconceitos, um amor mais puro. Na situação hipotética do ‘conto moderno’ acima, é a demonstração de mais uma das infinitas possibilidades que a família tem hoje em dia. Infelizmente ainda existem dinossauros em nossa sociedade que se mostram verdadeiros paladinos da moral e dos bons costumes. Mas meus queridos, o que é moral hoje em dia? O que é moralmente aceitável em dias de nudez explicita, de criminosos eleitos pelo povo, de corrupção como sinônimo de esperteza? Pois bem, meio as minhas divagações sobre felicidade e temas afins só posso concluir que o único norte que ainda nos salva e purifica é o amor. O Amor aos ideais, amor aos humanos. É disso que precisamos. Vivemos em um tempo onde é tão fácil chamar alguém de idiota, dizer que odeia, e tão difícil abrir o coração para dizer ‘eu te amo’ e se entregar a uma possibilidade de amor.
         Tempo estranho este que vivemos... Mas essa prosinha já falou de muitos temas sem nenhuma profundidade. Então coloco a viola no saco e vou divagar em outro lugar. Mas peço aos meus solitários leitores que frutifiquem a semente desses pensamentos tão diversos. E desejo um bom amanhã a nós viventes!